A mãe de Sansão, chamada à consagração
“Porém sua mulher lhe disse: 'Se o Senhor nos quisera matar, não aceitaria de nossas mãos o holocausto e a oferta de manjares, nem nos teria mostrado tudo isto, nem nos teria revelado tais coisas'.” (Jz 13.23).
A Bíblia não nos fala o seu nome, mas o de seu marido, Manoá. Eles eram da tribo de Dã e moravam em Zorá. Esta mulher era estéril, não tinha filhos. O seu relacionamento com o marido era excelente. Tinham um diálogo aberto e franco. Havia respeito mútuo e cada um cumpria seu papel como cônjuge. Eles se valorizavam mutuamente, como recomendavam as Escrituras. Ambos tinham fé no Deus de Israel e eram pessoas de oração.
O contexto social em que viviam era de opressão do inimigo, o vizinho povo filisteu. Estes mantinham Israel sob ameaças, pagando-lhes altos tributos, e lhes tolhia a liberdade completamente. Vigiavam seus passos. Matavam sem piedade. Tinham a tecnologia do ferro e não permitiam que os hebreus tivessem armas, armaduras ou espadas. Os ferreiros filisteus eram os que fabricavam e amolavam os machados, relhas e enxadas dos hebreus. Israel estava “nas mãos dos filisteus”, literalmente, e isto já durava quarenta longos anos.
O povo sofria muito, entretanto, sabia que Deus os entregara à própria sorte por causa da sua idolatria e abandono ao Senhor... E um movimento de oração começou a surgir nesta época. A única solução era clamar ao Senhor por misericórdia e que ele enviasse um salvador para Israel. Quase sempre a tirania, a opressão, o sofrimento, a rejeição, a humilhação e a perseguição levam as pessoas a refletir sobre sua situação espiritual e a buscar a face de Deus. A clamar por misericórdia.
Aquele casal deveria ter o seu “culto doméstico”, o seu momento devocional para orar e buscar a resposta do Deus Todo-poderoso de Israel. Manoá e sua esposa sabiam orar e esperavam em Deus. Eles sabiam que o Senhor lhes responderia... E o dia chegou. “Apareceu o Anjo do Senhor a esta mulher e lhe disse: 'Eis que és estéril e nunca tiveste filho; porém, conceberás, e darás à luz um filho. Agora, porém, guarda-te, não bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda; porque eis que conceberás e darás à luz um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu consagrado a Deus desde o ventre de sua mãe; e ele começará a livrar a Israel do poder dos filisteus'.” (Jz 13.3-5).
Era maravilhoso o que ela ouvira do Anjo do Senhor. A resposta às suas orações. Deus prometera um libertador para Israel. E, mais uma vez na história de seu povo, uma mulher estéril iria conceber um “filho da promessa divina”, assim como Sarah e Raquel, aleluia! Entretanto, as orientações recebidas precisavam da aprovação do marido, de conformidade com os ensinos de Moisés. Se uma mulher fizesse um voto, jejum ou qualquer abstinência deveria ter a aprovação do marido, caso contrário, ela não estaria autorizada a cumprir o seu voto.
Aquela mulher foi imediatamente procurar o marido, Manoá, e lhe expôs o acontecido. Falou-lhe todas as palavras do Anjo. Manoá ouviu, atento e cheio de gratidão, e orou ao Senhor, pedindo-lhe que novamente lhes enviasse o Anjo para orientá-los quanto ao menino e sua criação. E Deus atendeu o seu pedido. O Anjo retornou e lhes confirmou as mesmas palavras.
Com a esposa de Manoá aprendemos lições muito importantes para as esposas. Ela era uma mulher que valorizava o marido. Ela percebia a importância de dar ao esposo o lugar de “cabeça da família”. E como isto é importante para a educação dos filhos! Como é necessário que os filhos entendam que o pai é o líder e é respeitado! Há mulheres que têm, em primeira mão, uma revelação de Deus e passam a desprezar os maridos, achando que elas são mais importantes que eles... Como isto está errado! A esposa deverá compartilhar suas experiências espirituais e então ambos deverão orar pela confirmação de Deus.
Essa mulher sábia nos ensina que a consagração dos nossos filhos a Deus começa na gravidez e com nossa conduta em santidade. Não somente o menino precisaria se abster de vinho ou bebida forte, mas também sua mãe, durante o período da gestação. Esta orientação divina nos faz refletir no que tem entrado em nosso interior, no sentido espiritual. O que, como mulheres de Deus, temos permitido entrar em nossos corações? Será que proibimos nossos filhos de assistir filmes impróprios, mas nós mesmas assistimos? Será que lhes dizemos que não devem mentir, mas mentimos? Que tipo de conduta queremos para os nossos filhos? É exatamente essa conduta de santidade que devemos ter. Sempre.
Podemos também aprender com esta bela mulher a sensatez. Quando seu esposo teve medo ao ver o Anjo do Senhor subindo na chama de fogo da oferta que fizera a Deus, ela o tranqüilizou com palavras sábias e simples. “Disse Manoá a sua mulher: 'Certamente morreremos porque vimos a Deus'. Porém sua mulher lhe disse: 'Se o Senhor nos quisera matar, não aceitaria de nossas mãos o holocausto e a oferta de manjares, nem nos teria mostrado tudo isto, nem nos teria revelado tais coisas'.” (Jz 13.22-23).
A esposa de Manoá teve a “cabeça fria” na hora do medo. Como é importante para uma esposa ter essa “cabeça fria” para apaziguar e trazer ânimo. Como pesa sobre os ombros da mulher a necessidade de sabedoria para manter a paz do lar. Para incentivar o marido. Para lançar fora todo o medo. Qualquer temor: seja de desemprego, de enfermidades, de morte, de inseguranças várias, qualquer temor somente é repelido por uma palavra de fé e confiança no Senhor.
E então o texto sagrado nos diz: “Depois, deu a mulher à luz um filho e lhe chamou Sansão; o menino cresceu, e o Senhor o abençoou.” (Jz 13.24). Nesta expressão: “o menino cresceu” temos a idéia de que ela cumpriu sua parte na educação do filho de maneira fiel ao Senhor. Sansão cresceu em estatura, em sabedoria e em graça diante dos homens e diante de Deus. Até mesmo em sua vida adulta, Sansão pôde contar com a amizade e os conselhos de seus pais (Jz 14.1-5). O propósito do Senhor se cumpriu para Israel. Sansão julgou o povo por vinte anos. Sansão fracassou ao “brincar” com o pecado da lascívia, apesar dos bons conselhos de sua piedosa mãe e de seu pai. Eles foram um referencial para a nação e Deus os usou para trazer paz a Israel e destruir o orgulho do inimigo.
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Joquebede, exemplo de mãe
“Então lhe disse a filha de Faraó: ‘Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário’. A mulher tomou o menino e o criou.” (Ex 2:9.)
Joquebede era judia, da tribo de Levi, e viveu no período do cativeiro de Israel no Egito. O povo entrara naquela nação sendo convidado por Faraó, na época de José. Ficara no melhor da terra, na terra de Gósen, região boa para o gado, com muitas pastagens, entre a planície do delta do rio Nilo.
A Bíblia nos diz que, depois da morte de José e também do Faraó que o elevara a governador do Egito, os israelitas começaram a crescer muito naquela terra. Eles se multiplicaram grandemente e a nova dinastia que assumira o poder no Egito teve medo de seu potencial. Se continuassem se fortalecendo como nação, poderiam tomar o Egito.
O Faraó então lançou uma estratégia para enfraquecer Israel: baseava-se em matar os bebês do sexo masculino, ao nascerem. As parteiras foram chamadas à presença de Faraó e receberam ordens para executar os bebês recém-nascidos. Mas estas mulheres temeram a Deus e não obedeceram às ordens reais. Elas se desculparam com Faraó, dizendo que as mulheres hebréias eram fortes e, que, quando elas chegavam para ajudar no parto, a criança já havia nascido.
Deus abençoou as parteiras Sifrá e Puá pelo que fizeram ao seu povo, e elas puderam ter filhos também. E o Faraó pôs em prática outro golpe para “frear” o crescimento de Israel. Ele ordenou aos pais hebreus que lançassem seus filhos no rio Nilo, caso fossem do sexo masculino. O terror pairava sobre as famílias de Israel.
Joquebede, nesta época, já tinha 2 filhos: Miriam e Arão. Ela se casara com o seu sobrinho Anrão (Êx 6.20). Isto era comum naquela época, visto que os hebreus, por serem pastores de ovelhas, constituíam-se em “abominação” para os egípcios. Não aconteciam casamentos entre egípcios e hebreus normalmente. Casavam-se primos e parentes entre si nas tribos israelitas. Levar o povo para o Egito foi uma forma que Deus encontrou para que o povo não se misturasse com os cananeus (em cuja terra habitaram Abraão, Isaque e Jacó) e, assim, se diluísse como nação.
Aconteceu de Joquebede ficar grávida do seu 3º filho. Ela escondeu, como pôde, a sua gravidez. Com aquela lei em vigor, Joquebede precisava ter cautela e não permitir que alguém soubesse do filho que estava para nascer. E, que linda criança ela gerou!
Durante os 3 primeiros meses de vida do menino, ela conseguiu escondê-lo. Creio que ele era bem alimentado e dormia muito, pois ela deveria mantê-lo sem necessidades, para que seu choro não fosse ouvido ou denunciado. Mas a criança precisaria tomar sol; precisaria aprender a engatinhar, a dar os primeiros passos... Seria impossível criá-lo sem que os outros o soubessem...
E Deus deu uma estratégia para Joquebede.
Ela fez um cestinho de junco: calafetou-o por dentro e por fora, impermeabilizando-o completamente. E colocou nele o menino. Cobriu com a tampa o cestinho e ordenou à filha mais velha, Miriam, que acompanhasse a trajetória do cestinho pelas águas do rio Nilo. Joquebede revelou ser uma mãe zelosa. Ela protegeu seu filhinho da morte ao nascer. Cuidou dele enquanto pôde... Não sabia o que aconteceria, mas confiava em Deus. Ele protegeria seu pequenino, livrando-o da morte...
O fato de calafetar o cestinho por dentro e por fora nos mostra o cuidado de uma mãe segundo os princípios da Palavra de Deus. Ela não permitiria que as águas do mundo entrassem e destruíssem seu filho, mesmo que o contexto mundano cercasse sua vida.
Este cestinho nos fala sobre o cuidado da mãe zelosa que impede que o filho pequeno tenha contato com o que destrói. A falta de censura nas programações da TV: novelas, filmes mundanos “pesados”, jogos de violência, imoralidades nas atitudes e nas palavras... O pequenino precisa de segurança e proteção em seus primeiros anos de vida.
Joquebede pediu à filha, Miriam, que ficasse vigiando o cestinho. A mãe zelosa não perde o filho de vista. A qualquer momento ela pode falar onde seus filhos estão; o que estão fazendo e com quem estão.
“Desceu a filha de faraó a banhar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. Abrindo-o viu a criança, e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus.” (Êx 2.5-6.)
Miriam ofereceu à princesa os serviços de sua própria mãe para cuidar do irmãozinho. Joquebede foi escolhida para amamentar o próprio filho, e ainda por cima, recebeu um salário por seu serviço. Que tremendo é o plano de Deus para seus filhos!
Cada mãe também recebe determinado “salário” para criar seu filho para Deus. O Senhor nos dá sua Palavra para nos ensinar e transmitir ensino aos nossos pequeninos; o seu Espírito Santo para nos dar sabedoria para responder às perguntas deles; os seus anjos acampados ao redor de nossas crianças, protegendo-as e trazendo livramentos...
Você, querida irmã, tem protegido seus filhos pequenos das maldades do mundo? Dos programas violentos e imorais da TV? Dos desenhos animados cheios de feitiçaria, violência e ensinos contrários à Palavra de Deus?
Você tem ensinado seu filho no caminho do Senhor? Tem orado com ele e por ele? Você tem lido a Palavra de Deus e conta as histórias bíblicas com suas lindas lições para a vida?
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Maria, exemplo de obediência
[...] “porque contemplou na humildade da sua serva. Pois desde agora todas as gerações me considerarão bem-aventurada...” ( Lc 1.48.)
“Alegra-te muito, favorecida! O Senhor é contigo!”
Saudou a jovenzinha o anjo Gabriel.
“Terás um filho. Seu nome: Emanuel.
E será grande, o Filho do Altíssimo,
Do céu virá, pois é santíssimo!
Receberá o trono de Davi,
E, para a multidão, será doce Rabi!”
Maria ouviu a boa-nova e nela creu,
Confiou na promessa, e aconteceu
Tudo o que fora pelo anjo prometido.
Mas, nem a família, nem José, tinham ouvido
O que Maria ouvira do Senhor.
Então, nesse momento delicado, de temor,
José pensa deixar Maria.
Sabia que, sem ele, ela sofreria,
Mas não podia acusá-la.
O filho não era seu.
Iriam apedrejá-la.
José não entendia o que aconteceu,
E, confuso, pedia a direção ao Senhor seu.
Foi então, que Gabriel lhe apareceu, e, em sonho lhe falou:
“Não pense que Maria te enganou. Ela é fiel.
Seu bebê é de Deus. O Emanuel!”
Então José a recebeu. O casamento enfim aconteceu.
E José não a conheceu até o momento em que ela deu a luz.
Que lindo infante! Seu nome: Jesus!
Maria é bem-aventurada: exemplo de perfeita obediência.
Que as mulheres todas tenham a ciência:
Que obedecer é sempre bem melhor!
Obedecer faz a beleza das mulheres bem maior.
Obedecer é proceder, viver;
É ser “favorecida” da parte do Senhor!
Maria é um dos maiores exemplos de obediência à Palavra de Deus. Ela era ainda uma adolescente, quando recebeu a notícia do anjo Gabriel, que seria a mãe do Salvador da humanidade. O Filho prometido na visão angelical era o “descendente da mulher” (Gn 3.15), que haveria de esmagar a cabeça da serpente, destruindo o poder do pecado e o jugo de satanás na vida dos homens. Era grande demais o privilégio que estava diante de Maria. E ela creu imediatamente. Ela se dispôs a cumprir imediatamente a vontade de Deus, dizendo: [...] “Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim conforme a tua palavra...” (Lc 1.38).
Ah! quantas mulheres gostariam de estar no lugar de Maria... Mas, na verdade, a situação dela, após o encontro com o anjo Gabriel, era muito embaraçosa. Era uma situação de alto risco para ela. Qualquer mulher, naquela época, que estivesse noiva (desposada, comprometida) e que aparecesse grávida, antes do casamento, seria morta por apedrejamento, se o pai da criança não fosse o noivo. Nesse caso deveria acontecer imediatamente o casamento.
Maria assumiu o risco daquela situação. Ela sabia que a vontade de Deus é perfeita e nela não há injustiça. Ela poderia confiar no Deus de seu povo. Ele prometera enviar o “Messias” ao mundo, e uma virgem iria conceber (Is 7.14). O nome da criança seria “Deus conosco”, “Emanuel”. Para Maria era um misto de alegria e temor. Uma notícia radiante, mas cheia de riscos sérios e olhares desconfiados e intrigantes seriam colocados sobre ela.
Você estaria disposta a passar por tão grande prova? Estaria disposta a dar ao Senhor o que há de mais precioso para a mulher, a sua honra? Aceitaria que as outras pessoas pensassem e falassem mal de você, embora estivesse andando em santidade?
Maria não pensou em si, apenas em obedecer e olhar para a grandeza do presente que o Senhor lhe concedia: entregar-se para ser a mãe daquele ente celestial que se tornaria homem. Como homem, Jesus precisaria de uma mãe. Como homem, o Filho de Deus precisaria ser cuidado e preservado em sua infância. Alguns dizem que Maria é mãe de Deus – é claro que isso é tolice e totalmente contra a Palavra de Deus. Maria é criatura como todos nós. Ela cantou a glória do Senhor, declarando-se também pecadora e necessitada de salvação (Lc 1.46-47): [...] “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador...”.
À semelhança de Maria, nós também carregamos em nosso interior a divina semente. O Filho de Deus habita em nós por meio de seu Espírito Santo, aleluia! Que privilégio maravilhoso! Mas também estamos sujeitas às incompreensões, perseguições, calúnias e zombarias por causa de nossa fé. Coragem! Vale a pena ser cristã! Vale a pena dar ao Senhor o nosso coração, a nossa honra, pois Ele nos honrará naquele dia glorioso!
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Ana, mulher que orou
“Levantou-se Ana [...] Ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito.” (1Sm 1.9a-10.)
A Bíblia nos conta a história de uma mulher extraordinária, Ana. Ela viveu no período dos juízes. Uma época em que “não havia rei em Israel: cada um fazia o que achava mais reto” (Jz 21.25). Seu esposo chamava-se Elcana, homem da tribo de Efraim, filho caçula de José.
Ana e Elcana moravam nas regiões montanhosas de Efraim, em Ramatain-Zofim. Ele era amoroso e procurava sempre agradar sua amada esposa, quer com palavras de ânimo, quer por meio de atitudes de honra e confissões de seu amor sincero. Entretanto, Ana tinha uma grande angústia em seu coração: ela era estéril. Nunca poderia gerar filhos. O passar dos anos ia consolidando sua tristeza. Sentia-se incapaz de corresponder ao amor de seu marido, dando-lhe um fruto desse amor: um filho; semente abençoada para perpetuar o nome da família e consagrar a união dos dois.
Além disso, a Escritura Sagrada relata que Ana tinha uma rival: Penina. Esta era a segunda esposa de Elcana e tinha filhos com ele. Talvez Elcana tenha se casado também com Penina exatamente por causa da esterilidade de Ana... E Penina irritava excessivamente a pobre e sensível Ana, porque esta possuía o amor do marido. “No dia em que Elcana oferecia o seu sacrifício, dava ele porções deste a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas. A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o Senhor a houvesse deixado estéril” (1Sm 1.4-5.)
Todos os anos, por ocasião das festas fixas do calendário judaico, Elcana subia com sua família a adorar ao Senhor, levando seus dízimos e sacrifícios de louvor e gratidão, alegrando-se na presença do seu Deus. Mas Ana não conseguia se alegrar nas festas anuais por causa da irritação de Penina, [...] “pelo que chorava e não comia.” (1Sm 1.7.)
Há muitas mulheres que têm o amor do marido, são honradas por eles, mas não se sentem realizadas por causa de sua esterilidade. Muitas até sentem-se culpadas por não gerarem filhos. A angústia do coração faz adoecer fisicamente.
Outras mulheres experimentam lágrimas doídas, provocadas pela irritação constante da inveja declarada de quem está tão perto, no convívio diário. Irritação que soa como um gotejar contínuo que enlouquece e faz perder a alegria de desfrutar da vida. São situações de conflito que amarguram o coração e, então, não se consegue ver o sol, mas apenas as sombras dos problemas crônicos. O que fazer? Ana nos dá a resposta: orar. Orar com intensidade e firmeza.
Orar com perseverança na direção da perfeita vontade de Deus. Arriscar pedir a realização do sonho de sua vida. Lançar sobre o coração de Deus toda a ansiedade do coração humano e esperar, com fé, o que vai acontecer...
Parecia que as palavras doces de Elcana não conseguiam entrar no coração de sua esposa: [...] “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que estás de coração triste? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1Sm 1.8.) Ana não poderia trazer preocupações para seu marido. Ela precisava encontrar a solução e parar com sua atitude passiva de apenas chorar. Então, após terem comido e bebido, antes de retornarem para casa, naquele ano, “levantou-se Ana [...] ela, com amargura de alma, orou ao Senhor, chorou muito” (1Sm 1.9a-10).
Ela tomou a atitude decisiva de guerrear no mundo espiritual: orar com toda intensidade, com suas lágrimas, com o coração transparente e sincero. Ana se derramou em súplicas diante de Deus. “E fez um voto, dizendo: 'Senhor dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha'.” (v.11.) Ana conhecia a história de Sansão, o campeão nazireu de Deus, que falhou por causa de seu pecado, mas ela sabia que Deus precisava de um “novo campeão” para ser usado por Ele naquela geração. Ana se dispunha a dar o seu melhor para Deus e para sua nação.
Há duas coisas muito importantes na oração de Ana a serem observadas: aqui, pela primeira vez, Deus é chamado nas Escrituras de “O Senhor dos Exércitos”, “Javé Sabaoh”. Ana sabia que se encontrava em verdadeira batalha espiritual, no âmbito familiar e também nacional. Sua nação estava vivendo sob o mau procedimento dos filhos do sacerdote Eli, que deixavam as ovelhas de Israel desprotegidas diante dos inimigos. E havia guerra também dentro da casa de Elcana, com Penina constantemente provocando Ana e “espetando-lhe a carne” com palavras maldosas. Ana então orou ao Senhor dos Exércitos. Ela creu num Deus que domina sobre todas as coisas. Ela creu que o Senhor ouve o clamor dos fracos, indefesos e angustiados...
É muito importante que nos aproximemos de Deus crendo em sua existência e que Ele é galardoador dos que o buscam (Hb 11.6). É preciso saber quem é o nosso Deus. Qual a amplitude do seu poder. Qual é a dimensão do amor que Ele demonstra por seu povo. É importante saber que “não sabemos orar como convém, mas que o Espírito de Deus nos assiste em nossas fraquezas e intercede por nós, sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26), aleluia! É preciso orar com fé.
“Demorando-se ela no orar perante o Senhor, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso Eli a teve por embriagada.” (v.12-13.) Ao orar com toda a intensidade de sua alma, Ana agora iria enfrentar um julgamento falso a seu respeito. Eli a teve por embriagada e chamou-lhe a atenção. Ela poderia ter-se sentido ofendida e nunca mais querer retornar a Siló, perante o sacerdote Eli. Mas sua luta não era no campo humano. Sua guerra era espiritual. Sua resposta estava nas mãos do Senhor e era para Ele que ela deveria olhar. Somente para Deus.
“Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o Senhor. Não tenhas a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso de minha aflição é que tenho falado até agora.” (v.15.)
Como é importante manter os olhos postos no Senhor e não em nós mesmos! Como Ana nos dá uma prova de um coração firme e confiante, ao responder com respeito a quem a ofendia... Ela se explicou respeitosamente e não levou em conta o julgamento precipitado de Eli. Quantos problemas seriam resolvidos de maneira mais fácil, se as pessoas não se sentissem tão facilmente ofendidas... Muitas mulheres criam verdadeiros “cavalos de batalha” com situações e palavras que não merecem tanta ênfase. A verdade fala por si somente; não é preciso se importar com calúnias tolas a nosso respeito.
E o sacerdote Eli trouxe uma palavra profética para Ana: [...] “Vai-te em paz e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.” (v.17.) Era exatamente dessa palavra que Ana precisava: paz e confirmação da vontade de Deus em seu coração. Ela tomou posse da paz, e o texto nos diz que ela, a seguir, seguiu seu caminho e comeu, e já não era triste o seu semblante, aleluia! Ali, naquele momento aconteceu a cura da alma de Ana. Foi quando se derramou, de coração, diante do Senhor; quando enfrentou incompreensão e calúnia e manteve-se firme em seu propósito de buscar a Deus, é que Ana experimentou a paz para prosseguir vivendo, crendo e sonhando os sonhos de Deus para si...
Hoje já não é mais preciso que algum sacerdote nos diga as palavras de Eli, pois as Escrituras nos garantem que Deus ouve as nossas orações. O Senhor deseja que lancemos sobre Ele toda a nossa ansiedade porque tem cuidado de nós, aleluia! A palavra profética para a nossa vitória em oração já foi pronunciada pelo Senhor Jesus: “Pedi e dar-se-vos-á...” (Leia Lucas 11.9-13.)
Ana se levanta no Velho Testamento como uma guerreira da oração. Ela recebe a resposta amada do Senhor: um filho, Samuel. Ela cumpre o voto que fizera, devolvendo seu filho para o serviço do Senhor; deixando-o no templo em Siló: “Pelo que também o trago como devolvido ao Senhor, por todos os dias que viver, pois do Senhor o pedi.” (v.28.) Não haveria melhor lugar para seu pequeno Samuel do que na casa do Senhor, no serviço do Senhor dos Exércitos, aleluia! E Ana com seu marido e o filhinho adoraram ao Senhor. Ana entoou um belíssimo cântico ao Senhor. Muitos anos mais tarde, Maria, iria cantar também a glória do Senhor e o cumprimento de sua Palavra, também por meio de um cântico semelhante ao de Ana.
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Eva, a primeira mulher e mãe
Eva, a primeira mulher, nos faz lembrar a razão de ser “mulher”
Deus criou o homem conforme a sua imagem e semelhança (Gn 1.27): em pureza, inocência, sabedoria, bondade, verdadeiramente semelhante ao seu Criador. Colocou-o num jardim, que Ele mesmo plantara, o Éden (ou “paraíso”, “lugar de deleite”).
Depois de algum tempo, após receber e cumprir uma tarefa especial, isto é, dar nomes aos animais criados, Adão sentiu-se só (Gn 2.19-20). Não havia entre todos os animais nenhum sequer que se parecesse com ele, com o qual pudesse dividir seu coração, seus sonhos, seus anseios, projetos; que tivesse sensibilidade para compartilhar os pensamentos de seu coração.
O Senhor, então, fez Adão dormir o sono da anestesia. Que ele não sentisse dor alguma ao ser retirada uma costela de seu próprio corpo. E esta seria transformada em doce companheira e ajudadora idônea (G 2.21-22). Assim surgiu a mulher: foi feita sob medida para o homem. Foi formada da cálida matéria prima existente: do corpo de Adão. Ela provinha de um lugar de honra: cobria o coração daquele que seria o seu amado.
A mulher é esse ser maravilhoso semelhante ao homem, entretanto, cheia de beleza diferente e especial; de sensibilidade e intuição; de delicadeza e meiguice, tanto no falar como no comportamento; e de um romantismo muito característico, que permanece até hoje, na mulher do século XXI.
No Éden, o primeiro casal viveu sua lua-de-mel. Ali, Adão e Eva experimentaram dias de refrigério na presença de seu Deus e Criador. Eles podiam conversar todos os dias com aquele que sabe todas as coisas e tirar suas dúvidas, aprender sua vontade, entender os seus planos de amor para sua descendência.
A mulher foi chamada “varoa”, porquanto do varão fora tomada (Gn 2.23). Com este nome, ela deveria sempre se lembrar da finalidade de sua existência: ser ajudadora de seu marido; companheira; constituía-se numa parte do próprio marido (os dois seriam: “uma só carne”).
Em Gn 5.2, ambos foram chamados “Adão” pelo próprio Deus. Homem e mulher seriam esse ser plural, que se completa; criados com o fim de glorificar a Deus e experimentar a comunhão com Ele para sempre. Este nome especial e único, dado por Deus, tem um significado importantíssimo para a realização do casal: a partir do momento do casamento, os dois são apenas “um” diante de Deus. Deveriam se completar e se conhecer com intimidade, alegrando o coração de Deus, o seu Criador e Senhor.
A narrativa bíblica descreve como entrou na raça humana o pecado. O primeiro casal desobedeceu a Deus, comendo do fruto que o Senhor havia proibido (da árvore do conhecimento do bem e do mal). Após a palavra do Senhor sobre as conseqüências de seu pecado, Adão deu à sua esposa o nome de “Eva”, por ser a mãe de todos os seres humanos? (Gn 3.20).
Nestes três nomes dados à primeira mulher, encontramos verdades fundamentais que devem servir de reflexão para cada mulher (principalmente as casadas). Como criatura especialmente formada por Deus a partir da costela do homem, entendemos que a mulher precisa da proteção masculina (primeiramente do pai, depois, do marido). Esta verdade é encenada em cada cerimônia de casamento que assistimos: o pai da moça a conduz até o noivo. Com um beijo, este se despede da filha e a entrega àquele que será seu marido a partir daquele momento. É como se estivesse dizendo ao noivo: “Olha, jovem, até aqui eu cuidei de minha filha com todo carinho. Agora eu a estou entregando a você. Cuide bem dela: de sua saúde física, emocional e espiritual. Proteja-a e ame-a, como Deus espera de você”.
E, dentro desta característica de “ser frágil”, “necessitada de proteção”, enquadra-se a palavra dirigida à mulher após o pecado: “Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás a luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.” (Gn 3.16.) Deus estava tornando a mulher ainda mais necessitada de proteção (com o fato de uma gravidez sofrida) e a colocava em posição de submissão ao marido.
Essa submissão era para lhe conferir proteção. Não tem o caráter de subserviência ou de ser inferior ao marido; pelo contrário, a mulher deveria ser protegida e amada como ao próprio corpo. O marido lhe devia amor e honra, para desfrutar da verdadeira felicidade como família (Ef 5.25-33).
A cobertura de proteção que deve envolver a mulher está diretamente ligada à sua submissão à autoridade de seu marido. A palavra final deve ser dele. A responsabilidade do lar será cobrada do marido. Ele deve estar sujeito a Cristo e amar a sua esposa, assim “como Cristo amou a Igreja e se entregou a si mesmo por ela” (Ef 5.25).
Eva, a primeira mulher, nos faz lembrar a razão de ser “mulher”. Eva foi enganada pela serpente e trouxe para as mulheres atuais a mensagem da “cobertura” e da “proteção”, por meio da submissão. Terríveis e falsas doutrinas foram fundadas por mulheres que não estavam debaixo de autoridade e se perderam em heresias. Temos o exemplo de Mary Baker Eddy, fundadora da Ciência Cristã: negando as doutrinas essenciais do Cristianismo (a Trindade, a divindade de Cristo, a existência do “pecado”, da enfermidade, da morte e de Satanás). Somente pessoas iludidas e “cegas espiritualmente” podem crer em tal absurdo. A história da vida dessa mulher mostra como ela era dominadora e rebelde.
O nome “Eva” nos fala da maternidade. Do dom excepcional de gerar filhos e deixar a maior contribuição para a humanidade: pessoas bem criadas, equilibradas, felizes e que conhecem a Deus. Ser mãe é privilégio indescritível e traz a doce recompensa de um filho sábio, que alegra o coração de Deus e de seus pais. Que cada mãe, esposa, filha; que cada mulher de Deus seja fiel ao seu chamado, seja feliz cumprindo o seu digno e especial papel.
Ser mulher é ser jóia preciosa
Cujo preço muito excede ao dos rubis.
Ser mulher é se vestir da dignidade,
Da força, do amor e da verdade.
É viver na humildade do serviço,
Da missão que a ela é confiada,
A tarefa mais gloriosa em recompensa:
Ser coluna, ser esteio, fortaleza,
É suster, com alegre mansidão,
A família, com doçura e gratidão.
Querida irmã: cumpra seu papel como mulher de Deus. Seja prestativa, delicada, mansa, obediente ao Senhor. Deixe que Ele cuide de você e lhe conduza em seus caminhos, pois são perfeitos.
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Rispa, a mãe incansável
“Então Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco, e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite.” (2Sm 21.10.)
Rispa era uma mulher forte e de caráter firme. Seu nome significa “pedra quente”. Ela era filha de Aiá, cujo nome vem da mesma raiz da palavra “intocável”. Ela foi mulher do rei Saul e teve com ele dois filhos: Armoni e Mefibosete. Talvez por ser uma das esposas de Saul, Rispa e seus filhos se considerassem mesmo “intocáveis”.
Muitas mulheres pensam que sua posição social, sua riqueza, ou mesmo sua capacidade intelectual as colocam em um pedestal “intocável”. Mas isto não é verdade! Todas nós estamos sujeitas às vicissitudes (mudanças) da vida. Todas nós somos vulneráveis às tempestades e aos açoites dos vendavais que podem surgir inesperadamente em alguma curva do caminho da vida... E é nessas horas que o caráter se revela. Nosso interior torna-se exposto, como em uma vitrine, quando somos assoladas pelas provações, e quem sabe, pelas tragédias.
A Bíblia nos relata que houve três anos de fome em Israel. Foi um tempo difícil e com grandes perdas para o povo e a nação. O rei Davi então consultou ao Senhor e veio a resposta divina: “Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas.” (v.1b.) Davi chamou os gibeonitas e lhes perguntou: “O que quereis que eu vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do Senhor?” E a sua resposta foi: “Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel "[...] Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel, de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao Senhor, em Gibeá de Saul, o eleito do Senhor...” (v.3-6.)
Davi estava diante de dura situação: de um lado o povo de Israel, sofrendo com a seca as conseqüências da desobediência de Saul e de outro lado a dor de mandar enforcar homens da sua própria família, pois Davi era genro de Saul... Saul não respeitara a aliança feita por Josué aos gibeonitas (Js 9.15, 20-21). Quando Canaã fora conquistada pelo exército de Israel, os moradores de Gibeom vieram a Josué e, fingindo vir de uma terra muito distante (fora dos limites da “Terra Prometida”), pediram-lhe que fizesse aliança com eles: que lhes conservariam a vida e seriam um povo amigo. O líder Josué não consultou ao Senhor nessa questão, talvez por julgá-la de pouca importância; e concedeu-lhes paz e firmou aliança de proteção. Foi então que descobriu que eles eram moradores de Canaã e estavam na lista de Deus como povos para serem destruídos; mas era tarde demais, a aliança tinha sido firmada e não poderia voltar atrás...
Muitas pessoas firmam impensadamente alianças muito sérias em suas vidas: casamentos, sociedades... E depois é que vão refletir sobre o que fizeram. Então é tarde. As alianças são registradas diante do Senhor. Elas têm um peso de responsabilidade e compromisso. Não podem ser desfeitas de maneira leviana... Por isso, querida irmã, pense muito antes de se casar. Pense muito antes de romper um casamento. Pense muito antes de fazer uma sociedade com alguém. Não somente pense, mas ore ao Senhor a respeito dessas decisões. Ouça a sua voz e não caia em armadilhas, para que, mais tarde, você não venha a se arrepender.
E Davi teve de escolher sete homens da família de Saul para serem enforcados, para que a chuva pudesse novamente cair sobre a terra de Israel. Davi escolheu os cinco filhos de Merabe, netos de Saul, e os dois filhos de Rispa, sua concumbina. A Bíblia diz que foram mortos nos primeiros dias da ceifa da cevada. Seus corpos foram esquecidos pelos seus executores; foram deixados no madeiro, ao relento... Então Rispa, a mãe de Armoni e Mefibosete, “tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa, até que sobre eles caiu água do céu” (v.10). Rispa assistiu ao milagre da chuva caindo, após a execução do castigo conseqüente da ira irrefletida de Saul e de seu “zelo” pelo Senhor, levado a efeito fora da sua suprema vontade. Rispa pôde ver o valor de uma aliança feita diante de Deus... As conseqüências do rompimento de uma palavra empenhada.
E ela, que era a “pedra quente”, firme como uma rocha, colocou pano de saco sobre a penha em frente aos cadáveres de seus filhos e os ficou guardando de dia e de noite: [...] “e não deixou as aves do céu pousar sobre eles de dia, nem os animais do campo de noite.”(v.10.) Ao colocar ali um pano de saco e não um tapete “persa”, ou uma almofada confortável, percebe-se a dor de Rispa; sua humilhação diante de Deus em favor de seus filhos. O “pano de saco”, na Bíblia, sempre teve o significado de arrependimento e humilhação diante do Senhor.
Você pode imaginar a dor dessa mulher diante dos corpos em decomposição, dia e noite? Pode imaginar o que se passava em seu coração de mãe? Suas lágrimas e o desejo de vê-los com um sepultamento digno, pelo menos?
Ah! quantas mães como Rispa choram por seus filhos que estão mortos em seus próprios pecados... Quantas mães que colocam “panos de saco” sobre a “Rocha”, que simboliza a Palavra de Deus e suas promessas, e vigiam seus filhos “mortos”. Não seus filhos literalmente mortos, mas espiritualmente mortos. Seus filhos nas drogas, nos vícios, na prostituição, no homossexualismo, nas depravações da imoralidade, nas mais extravagantes seitas... exalando o mau cheiro do pecado; decompondo-se dia-a-dia na podridão do mundo... Mães que oram, crendo no impossível; que Deus irá ressuscitar seus filhos e lhes dará uma nova e maravilhosa vida. Elas crêem que seus filhos receberão o “toque” de vida do Espírito Santo e serão ressuscitados, aleluia! E, por isso, elas não se cansam dia e noite de vigiar... E orar... E crer... Até que o “rei” olhe para elas, tenha misericórdia e faça cessar a sua dor.
Rispa ficou em seu posto sozinha. Espantava as aves de dia e as feras de noite. Ela não tinha medo. Não saía de sua “torre de vigia”, mas esperava que o rei se compadecesse e desse um sepultamento digno de nobres aos seus filhos. Ela ficou por muitos dias ali, passaram-se mais de dois meses, e isto foi dito a Davi. Ele então “tomou os ossos de Saul e os ossos de Jônatas [...] e também os ossos dos enforcados [...] Enterraram [...] na terra de Benjamim [...] Depois disto, Deus se tornou favorável para com a terra” (v.12-14). Enquanto Davi não honrou aos que morreram pelo pecado de outro, não houve o favor, a bênção de Deus sobre a terra. E foi Rispa quem fez a mão do rei Davi trazer a bênção novamente sobre Israel.
Pra. Ângela V. Cintra
Igreja Batista da Lagoinha
Mulher de Deus
AS GRANDES MÃES DA BÍBLIA
Por Juliana Maria Rodrigues
Nos tempos do Antigo Testamento, a dignidade da mulher dependia dos filhos que gerava, especialmente dos filhos homens e da quantidade de filhos. Ser mãe era o que tornaria a mulher um ser humano reconhecido. Esse contexto nós podemos conferir na história de Ana. Ana era estéril e, por isso, seu marido Elcana tinha o direito de se casar com outra mulher. Só muito tarde Ana gerou filhos - um primogênito, homem, chamado Samuel. Mas Penina, a outra esposa de Elcana, gerou 10 filhos. Ela tinha muito orgulho da sua maternidade (1 Sm 1-2). Também Sara, casada com Abraão, era estéril. Então, juntos decidiram que teriam uma criança através de sua escrava egípcia Hagar. Assim nasceu Ismael. Mais tarde também Sara teve uma criança, um primogênito, filho homem, chamado Isaque (Gênesis 16 e 21). Outra mulher que enfrentou uma dura luta para se tornar reconhecida foi Tamar - "tataravó" de Jesus (Mateus 1). Ficou viúva duas vezes e sem filhos. Sofreu injustiça por parte de seu sogro que a fez voltar para a casa de sua mãe. Mas encontrou uma saída: vestiu-se como prostituta e ficou na beira da estrada numa ocasião em que seu sogro Judá foi à cidade. Então ela teve gêmeos de Judá (Gênesis 38). Há também as irmãs Lia e Raquel, ambas casadas com o primo Jacó. Lia foi abençoada com seis filhos e uma filha. E Raquel, depois de sofrer amargamente com a esterilidade, gerou José e Benjamim. Jacó teve mais quatro filhos com as servas das esposas, Bila e Zilpa (Gênesis 29-30). Depois, temos uma grande mãe no Novo testamento: Maria. Maria é a mãe que sintetiza muito bem um novo tipo de maternidade. Ela é uma jovem mulher que concebe uma criança em condições de mistério, que não tem reconhecimento da sociedade. Fica sozinha. Prestes a perder seu noivo. Depois, dá à luz em condições precárias. Revela-se profetiza e corajosa. É uma mulher inteligente e presente na vida de Jesus e educa seu filho com desapego, preocupação e liberdade. Uma mãe desesperada é a mãe cananéia que busca cura para a sua filha, implorando a Jesus que olhe por ela. Teve tremenda coragem, pois debateu com Jesus e fez com que Jesus mudasse de idéia (Mt 15.21). É assim: a mãe que tem uma filha doente move montanhas e conceitos! Em outras ocasiões também Deus se revela como uma mãe (veja: Is 42.14; 49.15; 66.13). E, além de todas estas mães, não nos esqueçamos do quarto mandamento que pede que toda a mãe seja respeitada e honrada. Assim seja!
(Fonte: Melodia)
quinta-feira, 7 de maio de 2009
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