quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

NATAL: UMA FESTA CRISTÃ OU PAGÃ?

NATAL: UMA FESTA CRISTÃ OU PAGÃ?

Qual a origem do Natal? Há algum problema em comemorarmos esta data com troca de presentes, árvore enfeitada e Papai Noel?

A data exata do nascimento de Jesus é inteiramente desconhecida. A Bíblia relata que quando Jesus nasceu, alguns pastores estavam no campo com seus rebanhos (Lucas 2:8). Dezembro é tempo de inverno na Judéia, e os pastores costumavam recolher seus rebanhos nos currais a fim de protegê-los do frio e das chuvas, por isso é bem pouco provável que tenha sido em dezembro. Há os que acreditam ter sido em Abril, outros em Outubro... mas não há nenhum dado concreto que comprove uma ou outra possibilidade.

Por que se comemora o Natal de Jesus no dia 25 de Dezembro?

O Natal não é uma festa bíblica, nem foi comemorado pelos cristãos primitivos. Isso porque o costume não era celebrar o nascimento de Jesus Cristo, mas apenas sua morte. A comemoração do nascimento de Jesus foi introduzida no século IV, durante o governo do imperador romano Constantino. No Império Romano, o dia 25 de Dezembro era conhecido e festejado entre os pagãos como o dia do nascimento do deus sol. Com a cristianização do império, passou-se a adotar essa mesma data para comemorar o nascimento do Filho de Deus, como Sol da Justiça, a Estrela da Manhã, a verdadeira Luz do mundo. Alguns outros costumes pagãos foram incorporados à festa, como o uso de árvores, guirlandas, estrelas e troca de presentes.

É lícito ao cristão comemorar o Natal?

Como não havia esta comemoração nos tempos bíblicos, não há nada de objetivo que a Bíblia diga a este respeito, nem ordenando sua celebração, nem proibindo. Alguns segmentos evangélicos (principalmente judaizantes) têm alertado para o fato de que, por se tratar de uma festa de origem pagã, todo aquele que comemora o Natal em Dezembro estará firmando uma aliança com as trevas e dando legalidade para que o diabo atue em sua vida. Se não há nas Escrituras uma doutrina elaborada a este respeito, penso que cada cristão é livre para ponderar acerca destas questões. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, ensina que não existem alimentos impuros em si, mas se alguém tiver dúvida a este respeito, é melhor abster-se destes alimentos (Romanos 14:14-23). Da mesma forma, algumas práticas podem ou não se tornar em pecado, dependendo da forma como são feitas.

Pessoalmente, não entendo que haja algum problema em o cristão celebrar o Natal, desde que sua consciência não o condene, e que a celebração seja, acima de tudo, em adoração ao único e verdadeiro Deus. A intenção do nosso coração é celebrar o nascimento do nosso Salvador, e se fazemos isso em espírito, verdade, santidade e amor, não vejo porque Deus rejeitaria nosso culto (“... a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” – Salmo 51:17). Vários outros costumes criados pelos pagãos foram absorvidos e adaptados pela nossa cultura sem, no entanto, servir de obstáculo à nossa fé ou à adoração do Senhor. Por exemplo: as velas do bolo de aniversário, o vestido branco da noiva, as olimpíadas (festa criada em honra aos deuses gregos), o chocolate na Páscoa, e até mesmo o dia dos nossos cultos semanais... (na mesma época da introdução da comemoração do Natal de Jesus no dia 25 de Dezembro, mudou-se também o dia oficial do culto cristão de sábado para o domingo). Quando a Bíblia fala sobre o cristão comer ou não carne sacrificada aos ídolos, ela diz que não faz diferença, desde que isso não venha causar escândalo no nosso irmão: “Quem ama a Deus, este é conhecido por Deus. Portanto, em relação ao alimento sacrificado aos ídolos, sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe um Deus. Contudo, nem todos têm este conhecimento. Alguns, ainda habituados com os ídolos, comem este alimento como se fosse um sacrifício idólatra; e como a consciência deles é fraca, esta fica contaminada. A comida, porém, não nos torna aceitáveis diante de Deus; não seremos piores se não comermos, nem melhores se comermos.” (I Coríntios 8:1, 3-4, 7-8). Este texto deixa bem claro que o fato de comer carne sacrificada aos ídolos nada interfere em nossa vida espiritual. Creio que o mesmo princípio se aplica em comemorar o Natal ou participar de uma olimpíada, que em sua origem, tratava-se de uma festa em honra aos deuses gregos. No entanto, volto a afirmar: se alguém entende de maneira diferente, e prefere não participar das comemorações tradicionais natalinas, tudo bem.... O importante é estarmos em paz com aquilo que entendemos como orientação do Espírito Santo para as nossas vidas.

Como o Natal deve ser comemorado?

“Assim, quer vocês comam, bebam, ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus”, é o que diz a Palavra em I Coríntios 10:31. Precisamos tomar cuidado para que o Natal seja uma festa em honra a Deus, uma celebração Àquele que desceu do Céu e se fez carne para que, através de sua morte, fôssemos justificados. As crianças precisam aprender que a figura central do Natal não é o Papai Noel, mas o “totalmente amável e totalmente digno” Jesus Cristo, Filho de Deus. Além disso, embora tradicionalmente algumas famílias se reúnam em volta de uma mesa farta para cear e trocar bonitos presentes, também precisamos cuidar para que o foco do Natal não esteja na comida, nos enfeites, ou nos presentes... Como escreveu o Pr. Jaime Kemp: “O Natal não pode ser plenamente entendido se não for à luz de uma cruz erguida num calvário de sofrimento trinta e três anos depois...”

Natal: uma festa cristã ou pagã? A resposta depende de quem o comemora, e como e porque comemora. Que o dia de Natal seja por nós santificado! E que usemos esta data como uma oportunidade de mostrar ao mundo as implicações eternas do nascimento de Cristo em nossas vidas. “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz”. ALELUIA!!!!


Márcia Rezende
Bacharel em Educação Religiosa e
Ministra de Educação Cristã na 3a.Igreja Batista de Marília
Contato: marcia@terceirabatista.org.br

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessante e esclarecedor. Como profª secular e mãe, me foi muito útil. Deus abençoe!
Patricia

JEANE SILVA disse...

a paz amada, amo d+ trabalhar com crianças e aqui encontro sempre mais uma opção pra renovar.
estou orando pela sua vida
obrigada e a paz

Anônimo disse...

A Enciclopédia Barsa nos informa: “A data atual [25 de dezembro] foi fixada . . . a fim de cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste dia: a festa mitraica . . . que celebrava o natalis invicti Solis (“Nascimento do Vitorioso Sol”) e várias outras festividades decorrentes do solstício do inverno, como a Saturnalia em Roma e os cultos solares. . . . A idéia central das missas de Natal revelam claramente esta origem: as noites eram mais longas e frias, pelo que, em todos estes ritos, se ofereciam sacrifícios propiciatórios e se suplicava pelo retorno da luz. A liturgia natalina retoma esta idéia.” — (São Paulo, 1968), Vol. 9, pp. 437, 438.
Efé. 5:10, 11: “Persisti em certificar-vos do que é aceitável para o Senhor; e cessai de compartilhar com eles nas obras infrutíferas que pertencem à escuridão, mas, antes, até mesmo as repreendei.”
vejam tb 2 Cor. 6:14-18; 1 Coríntios 13:6;
Compare com Êxodo 32:4-10. Note que os israelitas adotaram uma prática religiosa egípcia, mas lhe deram um novo nome: “uma festividade para Jeová”. Mas Jeová os puniu severamente por isso. Hoje nós vemos apenas as práticas do século 20 que estão associadas com feriados. Algumas talvez pareçam inofensivas. Mas Jeová viu de primeira mão as práticas religiosas pagãs das quais essas se originaram. Não deve ser o conceito dele o que importa para nós?
Ilustração: Digamos que pessoas em grande número vão à casa de certo cavalheiro, dizendo que estão ali para celebrar o aniversário natalício dele. Ele não é a favor de celebrações de aniversários natalícios. Não gosta de ver pessoas comer demais ou embriagarem-se, nem empenharem-se em conduta desregrada. Mas algumas dessas pessoas fazem todas essas coisas, e trazem presentes para todos os que se acham ali, menos para ele! E, ainda por cima, escolhem como data para tal celebração o aniversário natalício de um inimigo desse homem. Como se sentirá tal homem? Gostaria você de ser partícipe disso? É exatamente isso que se faz nas celebrações do Natal.

Anônimo disse...

Obrigada sou professora de EBD é me foi muito útil. Precisava de uma história clara para os meu pequenos. Deus abençõe seu ministério grandiosamente,
Tia
Mônica