terça-feira, 9 de outubro de 2007

SUPERPODEROSAS


SUPERPODEROSAS
Hoje, se observa grande mudança nos diferentes papéis acumulados pela mulher, acarretando, conseqüentemente, um certo estremecimento no sólido lugar ocupado, até então, pelo homem. Enquanto por um lado se pode argumentar que muitas mulheres trabalham, são independentes financeiramente, responsáveis e provedoras da família, em relação aos homens, as mudanças aparecem mais como decorrentes destas transformações.
Em pesquisa realizada com pais e mães separados (BRITO, 2002), foi constatado o quanto muitas mulheres que detêm a guarda dos filhos acabam contribuindo, ainda que de forma indireta, para o afastamento do ex-marido do convívio com as crianças. Essas mães justificam que querem preservar sua individualidade, que se orgulham de poder sustentar os filhos e que não aprovam a interferência do ex-marido no modo como criam os rebentos. Apesar das queixas que fazem a respeito da sobrecarga que assumem, algumas vezes parecem optar pela posição de "todo-poderosa" - utilizando termo cunhado por Hurstel (1999) -, ao conduzir a educação dos filhos.
O desenho 'As Meninas Superpoderosas' 13 vem causando sensação, ultimamente, com Lindinha, Florzinha e Docinho. A série, veiculada nos EUA a partir de 1998, além de divertir a criançada, já está incluída no rol de temas de festas infantis, artigos de papelaria e souvenires, como chaveiros e canetinhas, sendo identificada como uma "febre mundial". Super-heróis femininas combatem o crime e as forças do mal, conforme divulga o anúncio do programa, que expõe: "as meninas superpoderosas, mais fortes do que qualquer coisa." Na música-tema do desenho, as heroínas explicam: "preciso de ação, preciso de aventura, preciso dar um soco." Com seus poderes, as meninas não só salvam sua cidade, como também o professor, seu criador, ignorando, por vezes, os conselhos e as proibições deste, que não exerce uma autoridade paterna sobre as meninas. Da mesma forma, o prefeito da cidade, para manter a paz da comunidade, recorre sempre às três meninas, deixando claro sua inabilidade, ou incompetência, enquanto figura de autoridade, para dar solução às ameaças ou aos perigos que afetam a localidade.
Conforme resume o autor do desenho, o cartunista Craig McCrachen, as meninas reúnem doçura e força, ingredientes que contribuíram para o sucesso, tanto entre o público infantil, quanto entre jovens e adultos. Em entrevista publicada em um jornal (WERNECK, 2002, p.1), o cartunista justifica: "toda mulher gosta de se achar bonita e delicada e, ao mesmo tempo, poderosa. Elas usam os produtos como símbolos de suas próprias personalidades". Desenho também recente, que antecede na programação o das Superpoderosas, é o das 'Trigêmeas' ("The Triplets"), meninas sabidas que sempre vencem a bruxa Nilda e ajudam os amigos que se encontram em apuros.
Em compensação, "Johnny Bravo", rapaz forte, usa um "charmoso" topete e se acha maravilhoso, possuidor de "poderosos sensores de gatinhas". O jovem é muito ligado à mãe - uma mulher excêntrica -, que acha que o filho deve ser o melhor em tudo. Johnny revela, além dos traços narcísicos, um raciocínio simplista; freqüentemente, o anti-herói apanha das mulheres, "gatinhas" mais espertas do que ele, que o chamam de idiota ou imbecil. Seu topete parece semelhante ao que alguns jovens usam atualmente - ou seria o contrário?
Constata-se que, agora, na luta do bem contra o mal, figuras femininas são as protagonistas, heroínas que defendem "os normais" 14. Enquanto, por exemplo, Super Homem defende o planeta Terra, as Meninas Superpoderosas - com capacidades superiores ao de seu criador -, exercem função semelhante na cidade de Townsville, diferenciadas, entretanto, da Mulher Maravilha, que oculta seus poderes e sua identidade trabalhando sob as ordens de um homem e de Mermaid e Phoenix , que atuam no grupo Changeman.
Vale lembrar, todavia, que a luta travada pelo feminismo, de acordo com as que o lideram na atualidade, não aponta para uma troca de lugares e, sim, para a não discriminação, fato que conduz à interpretação de que redimensionar o papel, ou desmistificar as diferenças até então sustentadas, não significa assumir o lugar do outro, tendo, para isso, que o desqualificar.
UNIDOS CONTRA O MAL
No início da década de 80 cresceu o número de programas infantis que equipararam a figura feminina à masculina. 'He-Man' 7 que começou a ser exibido nos Estados Unidos em 1983, e sua irmã 'She-Ra' 8 - que em 1985 conquistou série própria - encantaram a garotada da época com seus superpoderes. O Príncipe Adam era forte, musculoso, e com sua espada mágica gritava: "pelos poderes de Greyskull: eu tenho a força!", expressão imitada pelas crianças. Muito sucesso também fez a série 'Changeman' 9, produzida em 1985. Apresentava um grupo de cinco jovens que se transformavam no esquadrão relâmpago Changeman, composto por três heróis e duas heroínas: Change Mermaid e Change Phoenix. O seriado "Casal 20" (Hart to Hart), uma idéia do escritor de "Jeannie é um gênio", reunia um homem e uma mulher "nota dez" que, juntos, conseguiam êxito em suas missões.
Na programação infantil, o "Show do Bozo", exibido no SBT de 1981 até 1991, alterna a preferência da audiência com Xuxa, que teve sua estréia em 1986, na Rede Globo, e com Angélica, em sua "Nave da Fantasia", em 1987, na TV Manchete, iniciando-se a ascensão e o privilégio femininos na condução de tais programas. Percebendo os novos rumos da TV, o SBT não perdeu tempo, substituindo o show do palhaço pelo programa de Mara Maravilha (curiosamente também MM). Observa-se que, enquanto na década de 60 os protagonistas destes programas eram homens, que transmitiam conselhos aos pequenos telespectadores, a partir de meados da década de 80 ocorre uma progressiva troca de comando, quando os programas infantis passam a ser divulgados por sensuais apresentadoras, que, entre outras coisas, ensinam a garotada a escovar os dentes. Cabe recordar ainda que tais conselhos, entoados nas músicas e jogos que divertem o público, recomendam insistentemente o consumo de alimentos, produtos de higiene, e outros itens, responsáveis pelo patrocínio do programa - unificando, assim, as figuras de apresentador e vendedor. Nesse sentido Bauman (2003), em análise sobre a indústria do entretenimento, observa:
"A autoridade das celebridades deriva da autoridade do número - ela aumenta (e diminui) com o número de espectadores, ouvintes, compradores de livros e de discos." (p. 64)
Interessante contribuição oferece Dumon (1992), quando informa que, no âmbito da sociologia, nos anos 80, foram realizados estudos para se averiguar o que estava sendo denominado de "novos pais". Concluiu-se que estes eram um produto direto das mudanças iniciadas na década de 70, que contribuíram para a visão de parceria entre os cônjuges, quando a família passou a ser classificada como "simétrica". Também em Figueira (1986) encontra-se referência a respeito das diferenças entre a unidade familiar da década de 50, reconhecida como hierárquica, e a família da década de 80, vista pelo autor como "igualitária". No entanto, esses modelos familiares não podem ser encarados como estanques, absolutos em cada época e lugar, na medida em que se observa com freqüência a coexistência do hierárquico e do igualitário, ou ainda a oscilação de um pólo a outro, dependendo da situação enfrentada.

5 comentários:

Anônimo disse...

eu realmente nunca analizei esse desenho dessa forma pois sempre encarei de uma forma como se fosse apenas diversão, meu esposo por varias vezes me alertou só que achava que era implicancia dele fiz o 1° aninho da minha filha das meninas super poderosas minha princezinha hoje tem me dado um pouco de dor de cabeça mais acredito que em nome de Jesus é só uma fase hoje em dia estou firme na casa de Deus e trabalhando com crianças graças a Deus!!!!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

a paz do senhor eu ja´tive obsevando alguns desenhos e tenho visto q mtos vem com a missão de deforma o caracter das crinças são detalhes q muitas vezes passam desapercebido ex: as meninas super poderosas como já foi citado tambem vem com a mensagem de homoxesualidade(a docinha uma menina q não quer colocar vestido sempre mais bruta odeia menino) já teve uma criança q vez um comentario dizendo: as super poderosas são namoradas!!!fiquei espantada temos q ficar esperta ao q entra p/ o nosso lar pois as crinaças são o futuro dá igreja amei essa materia q DEUS ABENÇOE.

Anônimo disse...

a paz do senhor eu ja´tive obsevando alguns desenhos e tenho visto q mtos vem com a missão de deforma o caracter das crinças são detalhes q muitas vezes passam desapercebido ex: as meninas super poderosas como já foi citado tambem vem com a mensagem de homoxesualidade(a docinha uma menina q não quer colocar vestido sempre mais bruta odeia menino) já teve uma criança q vez um comentario dizendo: as super poderosas são namoradas!!!fiquei espantada temos q ficar esperta ao q entra p/ o nosso lar pois as crinaças são o futuro dá igreja amei essa materia q DEUS ABENÇOE.

Anônimo disse...

Excelente. concordo. Os pais têm que ser responsáveis pelo o que seus filhos têm alimentado. O lixo exibido principalmente pela globo não educa. Obrigado